Produção científica no IFG revela o papel da criptografia no cotidiano
Estudo desenvolvido no Câmpus Formosa mostra a aplicabilidade da Teoria dos Números na criptografia e reforça o compromisso do Instituto com a pesquisa científica
No mundo conectado em que vivemos, a segurança das informações nunca foi tão importante. Cada vez que realizamos uma compra online, acessamos o aplicativo do banco ou mesmo trocamos mensagens no celular, existe um universo matemático trabalhando silenciosamente para proteger nossos dados. Essa é a essência da pesquisa Teoria dos Números e Criptografia, desenvolvida no Câmpus Formosa do Instituto Federal de Goiás (IFG), no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), pelo estudante do curso Técnico Integrado em Saneamento, Heitor Curado Maciel Lopes, e orientada pelo professor Laredo Rennan Santos Pereira.
Enigma
Heitor Lopes e orientador Laredo Rennan, no SICT Local
A criptografia, palavra de origem grega que significa “escrita secreta”, estuda métodos de transformar mensagens em códigos que apenas o destinatário legítimo consegue decifrar. O estudo realizado por Heitor Curado adentrou na Teoria dos Números, ramo da Matemática que investiga as propriedades dos números inteiros, para compreender o funcionamento do método RSA, uma das técnicas de criptografia mais usadas no mundo.
“Quebrar o RSA significa fatorar números gigantescos em primos, algo que os computadores atuais não conseguem fazer em tempo hábil”, explica o relatório final da pesquisa de Heitor. Isso garante a segurança de milhões de transações digitais que realizamos diariamente, desde pagamentos até o acesso a sistemas governamentais.
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“O Laredo gostou da minha iniciativa e criou um outro projeto de pesquisa a ver com criptografia RSA para que eu pudesse participar”, relatou o jovem pesquisador Heitor Curado Maciel Lopes.
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Importância
Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o e-commerce brasileiro movimentou mais de 185 bilhões de reais em 2023, um crescimento de quase 11% em relação ao ano anterior. Cada uma dessas compras depende de protocolos de segurança baseados em criptografia. Em paralelo, segundo levantamento da Check Point Research, no terceiro trimestre de 2024 os ataques cibernéticos no Brasil aumentaram 95% em tentativas semanais por organização comparado ao mesmo período de 2023.
Esse crescimento expressivo mostra como a ameaça digital está se intensificando rapidamente. Sendo assim, compreender como funcionam os métodos matemáticos por trás da criptografia não é apenas uma questão acadêmica, mas uma necessidade para formar profissionais capazes de enfrentar os desafios do mundo digital.
Impacto
De acordo com o Relatório de Gestão 2023 do IFG, mais de 2.000 estudantes participaram de projetos de pesquisa, extensão e inovação em todos os câmpus do Instituto. No Câmpus Formosa, iniciativas como esta ampliam a visibilidade da matemática aplicada e mostram aos jovens que a pesquisa científica pode ter impacto direto no cotidiano da sociedade. “O envolvimento de estudantes em programas como o PIBIC fortalece a formação crítica e amplia horizontes acadêmicos e profissionais”, destaca o Relatório de Gestão.
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“Antes do IFG, eu nunca tive contato com um experimento
científico que não fosse controlado por outra pessoa”, declarou o estudante.
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Matemática
O estudo realizado no Câmpus mostrou, com exemplos práticos, como transformar palavras em números, codificá-los e decodificá-los usando o RSA. A pesquisa vai além de uma experiência acadêmica, ajuda a desmistificar a ideia de que a matemática é algo distante da realidade. Pelo contrário, ela está presente em cada clique que damos na internet. “Usando a metodologia e a matemática pura, eu comecei a ver a matemática de uma outra forma. Eu achava que matemática era um monte de decorebas, mas você realmente tem que ter um raciocínio a mais”, explicou o estudante de Saneamento.
Em tempos de avanços da computação quântica, que promete desafiar os métodos atuais de criptografia, compreender essas bases matemáticas se torna ainda mais essencial. A experiência não só revelou a beleza dos números, mas também apontou o caminho que Heitor poderia seguir após a conclusão do Ensino Médio: ele pretende ingressar no ramo da inteligência artificial.
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“Para mim, a Ciência é o estudo que está sempre evoluindo”, afirmou o pesquisador.
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Tem Ciência no IFG!
Esta reportagem faz parte da série “Tem Ciência no IFG”, produzida pela Coordenação de Comunicação Social (CCS) e Gerência de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão (Gepex) do Câmpus Formosa. O objetivo do Tem Ciência no IFG! é levar pesquisas desenvolvidas no Câmpus às comunidades acadêmica e formosense. Para isso, o entrevistado da semana é um dos finalistas do Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (SICT) 2024, Heitor Curado Maciel Lopes. Não deixe de assistir à entrevista do Heitor!
--> Assista à entrevista completa no canal IFG-Câmpus Formosa, no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=6qjPEJPznNg
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Imagens: Banco de Imagens CCS
Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Formosa
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