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MEIO AMBIENTE

Excretos e fezes de aves são usadas para recuperar áreas degradadas

Publicado: Quarta, 05 de Junho de 2019, 18h07 | Última atualização em Quarta, 05 de Junho de 2019, 18h12

Vários projetos sustentáveis de pesquisa e extensão são desenvolvidos nos câmpus do IFG, envolvendo comunidade interna e externa

Projeto desenvolvido no Câmpus Cidade de Goiás ajuda a identificar espécies do Cerrado
Projeto desenvolvido no Câmpus Cidade de Goiás ajuda a identificar espécies do Cerrado

Alguém já imaginou que o simples ato de colocar aves empoleiradas nos chamados poleiros artificiais poderia contribuir com o meio ambiente? Uma ação simples, mas que tem importantes repercussões na recuperação de áreas desmatadas. A ação está sendo desenvolvida por meio de um projeto de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI) realizado em Formosa por professores e estudantes. O objetivo é recuperar a própria área experimental da pesquisa, que fica dentro de um futuro parque da cidade, o Parque Municipal do Abreu.

 

A motivação para seleção dessa área, segundo o grupo que realiza a pesquisa, é o campo experimental estar em uma região de nascentes que alimentam o Rio Preto, importante afluente da bacia hidrográfica do rio São Francisco, e que corre em direção ao nordeste brasileiro, passando por um percurso de cerca de 450 quilômetros. Além disso, por se tratar também de um espaço que estava em desuso, abandonado pelos moradores locais, mas representa um importante espaço local para caminhada, passeio e convívio social da comunidade.

 

A pesquisa é coordenada pelos professores do Câmpus Formosa, Adriano Antonio Brito Darosci e Marcos Augusto Schliewe, envolve as estudantes Kellyane Gonçalves de Souza e Amanda Barbosa Gontijo de Andrade. Recebe ainda apoio da Superintendência Municipal de Meio Ambiente de Formosa, por meio de Ian de Moraes Thomé, e da Associação de Moradores do Abreu.

 

Apesar dos benefícios, a técnica do uso de poleiros artificiais para acelerar o processo de recuperação de área degradada ainda é pouco difundida, segundo estudos já publicados em artigos científicos em periódicos brasileiros. Por meio da técnica, as aves empoleiradas podem defecar ou regurgitar sementes que, por passarem pelo trato digestório do animal, podem germinar com maior facilidade e contribuir com a recuperação de espécies de plantas nativas do ambiente prejudicado, afirma os pesquisadores.

 

Adriano conta que até o momento foram montados 12 poleiros, que já estão em funcionamento, construídos por meio de mastros doados pela prefeitura da cidade. A sustentabilidade pode ser vista desde a confecção dos mastros, que utilizam rejeitos de construção que seriam jogados no lixo, ou seja, há a preocupação em reutilizar o material que seria descartado; as galhadas presas aos mastros também são provenientes de ramos encontrados na mata e que não teriam destino e seriam descartadas.

 

“Temos essa preocupação em reutilizar material, reduzir gastos, tudo de forma bem ecológica e sustentável, em todo o projeto”, conta o professor, que destaca ainda o trabalho integrado entre a equipe do IFG, os moradores do bairro do Abreu e servidores da Superintendência. A prefeitura fez a doação dos mastros e os moradores contribuíram com a limpeza do local, por meio de um mutirão, para que os poleiros fossem montados. O professor explica que era necessário fazer essa limpeza, pois caso contrário, as aves não conseguiriam ver os poleiros pela altura que o capim estava e o projeto não surtiria efeito.

 

A área degradada é aquela que já sofreu algum distúrbio que tenha afetado negativamente a sua vegetação nativa, fauna, flora, camada fértil do solo, alterações no regime hídrico das bacias hidrográficas e principalmente grandes alterações nos ecossistemas, segundo informações do IBAMA. “Com essa técnica, a flora e a fauna são beneficiadas e contribuem para que qualidades ambientais perdidas sejam retomadas”, afirma Adriano. Além dos poleiros artificiais, também estão sendo plantadas mudas no local, chegando a 25 mudas de espécies frutíferas.

 

Com execução há oito meses, o projeto já implantou os poleiros no local e estes recebem a visita das aves, sendo cerca de oito espécies já observadas. Relatos de moradores do bairro próximo à região afirmam que o simples isolamento da área para criação do parque fez com que o volume de água que chega até o lago do Abreu aumentasse. Os pesquisadores esperam que, por meio da vegetação recuperada em torno da nascente, futuramente esse volume de água aumente ainda mais, revitalizando o lago que rotineiramente é visto seco.

 

O projeto possui importante repercussão para a população de Formosa, pois prevê “a recuperação e a preservação de uma mata em torno de uma nascente que abastece a cidade e a criação de um parque para a população do município”, informa Adriano. O intuito do grupo é também publicar os resultados da pesquisa, que está em andamento, em trabalhos e eventos científicos de abrangência nacional.

 

Repercussão

O projeto dos poleiros artificiais deve ser contínuo, em relação à sua utilização, segundo Adriano, pois a ideia é que a estrutura fique montada, mesmo após encerramento do PIBITI, para que as aves possam contribuir diariamente com a recuperação da área degradada e manutenção dos aspectos ambientais nesse local. A pesquisa do PIBITI já teve uma primeira etapa, em que os poleiros foram construídos e as aves passaram por um processo de adaptação, pois não é de um dia para o outro que elas chegam nos poleiros e assentam. Os poleiros, segundo o professor, simulam árvores em áreas que não possuem nenhuma. A próxima etapa do projeto é instalar os coletores de sementes, que aparecem por meio de material orgânico das aves (fezes), para que os pesquisadores examinem o que está sendo depositado. Nesse momento, afirma Adriano, será possível ter mais resultados do que está sendo investigado.

 

Após o encerramento do PIBITI, em agosto, a ideia é a continuação da pesquisa, que vai resultar em um Trabalho de Conclusão de Curso de uma das estudantes do grupo. Esse é o segundo TCC nessa área. O primeiro foi realizado em 2014, cuja pesquisa foi realizada em uma outra área degradada da cidade, mas que não teve continuidade, pois após o encerramento os mastros foram roubados. Adriano acredita que nesse caso isso não ocorrerá, uma vez que a área é cercada.

 

A técnica dos poleiros artificiais pode ser usada em vários outros locais, pois o custo é baixo e é possível trabalhar em parceria, como é o caso do IFG – Câmpus Formosa. O projeto possui recursos apenas das bolsas do PIBITI ofertadas pela Instituição. A iniciativa é combinada sempre com o plantio de mudas também. No parque do Abreu, pelo projeto do IFG, já foram plantadas espécies nativas do Cerrado, maioria delas de Ipês, pela Associação dos Moradores.

 

Boas práticas ambientais atingem mais de 200 pessoas em câmpus do IFG

Além do Câmpus Formosa, diversas unidades do Instituto possuem ações de pesquisa e extensão voltadas para sustentabilidade, preservação do meio ambiente, recuperação de nascentes, plantio de mudas, eficiência energética, dentre outros.

 

Câmpus Anápolis
- Projeto de extensão Horticultura Orgânica de base comunitária
O projeto existe há um ano. Em 2018 envolveu 27 membros da comunidade externa e mais de 100 pessoas da comunidade externa. Em uma área de 5 mil metros quadrados foram plantados diversos itens alimentícios tais como jiló, abóbora, melancia, alface, couve, melão, espinafre, cebolinha, batata, quiabo e outros. Foram beneficiadas 127 famílias durante cinco meses, período do ciclo de duração da horta. Estas famílias participaram do processo de plantio e colheita. Elas são de bairros da região vizinha ao câmpus e foram previamente cadastradas pelo IFG tendo como critério principal a questão da vulnerabilidade econômica e social.

 

- Projeto de Coleta de lixo eletrônico
O curso de Computação executa anualmente a coleta de lixo eletrônico. Há uma parceria com a prefeitura, que recolhe esse material. Mais especificamente, a parceria é com o Centro de Recondicionamento de Computadores, CRC. O recolhimento de lixo ocorre de duas formas: os alunos do curso ligam para as empresas de Tecnologia da Informação para que elas recolham o lixo eletrônico, e ainda há a captação da comunidade externa. O projeto tem envolvimento de todos os alunos e docentes do curso e existe há mais de um ano.

- Projeto: Descarte de resíduos sólidos (Pesquisa PIBIC)
Os alunos do curso de Logística fizeram uma pesquisa recentemente sobre descarte de resíduos sólidos. A ação é um projeto de pesquisa, que se iniciou em agosto de 2018 e se encerrará em agosto de 2019. O objetivo é analisar os comportamentos pró-ambientais de estudantes dos cursos superiores do IFG - Câmpus Anápolis, com ênfase ao descarte de resíduos sólidos, bem como tecer alguns apontamentos para a logística reversa. Participam do projeto de pesquisa dois alunos do curso superior de Tecnologia em Logística. Está em fase de finalização, na etapa de tratamento e análise dos dados coletados.

 

Câmpus Aparecida
- Projeto Eficiência Energética
Implantação do sistema de geração de energia por painéis fotovoltaicos. A instalação do sistema no câmpus está concluída, tendo sido instalados 358 módulos de geração fotovoltaica, mais a substituição de todas as lâmpadas tubulares do Câmpus Aparecida de Goiânia por lâmpadas LED, que somam 4 mil. Falta apenas a ligação por parte da Enel para que o sistema comece a funcionar. Esse projeto também é desenvolvido em outros câmpus: Anápolis, Formosa, Inhumas, Jataí, Luziânia, Valparaíso, Uruaçu e Senador Canedo. A economia só para o Câmpus Aparecida, com o funcionamento dos módulos e a substituição das lâmpadas, deve ser de cerca de R$ 9 mil mensais.

 

- Projeto de Moda Sustentável
O projeto é um componente curricular para alunos do curso Técnico Integrado em Modelagem do Vestuário (EJA). Foi iniciado em 2016 e tornou-se uma ação permanente com alunos do segundo período do curso, com atividades teóricas e práticas sobre educação ambiental e o conceito de moda sustentável. O projeto inclui palestras com profissionais que atuem na área da moda sustentável, o planejamento e confecção de roupas com materiais recicláveis e a realização do Bazar da Modelagem, que consiste na arrecadação de roupas e acessórios usados, comercialização a preços simbólicos (descarte e consumo sustentável) e a doação do recurso arrecadado a alguma instituição filantrópica ou pessoa carente, escolhidas pelos estudantes do curso.

 

- Arrecadação de mudas
Idealizado por um servidor do câmpus, o gerente de Administração Divino Lopes Alvarenga, que criou uma ação via watzApp solicitando doação de mudas para o câmpus. Já foram arrecadas mudas de árvores frutíferas e de plantas ornamentais para paisagismo do câmpus. O objetivo é ainda associar a histórica da unidade às das pessoas que trabalham e estudam no local. Várias árvores e plantas existentes na área verde do câmpus foram doadas e plantadas pela própria comunidade acadêmica e administrativa.

 

Câmpus Valparaíso
- Projetos estão inseridos ou vinculados ao Núcleo de Agroecologia e Sistemas Produtivos Orgânicos (Naspo)
É um projeto multidisciplinar que tem por objetivo principal atuar em duas comunidades rurais, Indaiá e Sarandi, localizadas em Luziânia (GO), levando cursos de capacitação profissional para os agricultores e desenvolvendo ações junto às comunidades agrícolas, com o intuito de melhorar a produção e os trabalhos realizados na região. O Núcleo é multidisciplinar, incluindo a participação de professores das áreas de química, biologia, geografia, história e engenharia. Atualmente, participam cerca de 20 pessoas, entre pesquisadores alunos bolsistas, técnicos e professores.

 

- Projeto Manejo
Temos também o cadastro de pesquisa do professor Lucivânio Oliveira: Manejo de Espécies Frutíferas do Cerrado Promovendo a Recuperação de Área Degradada em Comunidades Rurais do Entorno Sul do DF. Dentro deste cadastro, temos dois PIBICs-EM em execução. Sobre eles, o professor Lucivânio conta: “O nosso objetivo é que os agricultores diminuam o desmatamento”. A meta é que a longo prazo os agricultores percebam que um sistema sustentável pode ser melhor para seus negócios. O professor explica que fazer um trabalho consorciado, por exemplo, com plantações de milho, leguminosas e outros tipos associadas ao cultivo de plantas típicas do Cerrado pode evitar problemas como: empobrecimento do solo e secas de nascentes. Fora as possibilidades econômicas de plantas como o Baru (típicas do Cerrado): “O Baru tem um potencial econômico gigantesco, desde a torra da semente até a produção de licor e uso como suplementos”, destaca Lucivânio.

 

Esses e outros projetos da Instituição podem ser vistos nas páginas eletrônicas de cada câmpus.

 

 

Diretoria de Comunicação Social/Coordenação de Comunicação Social dos câmpus Formosa, Luziânia, Aparecida, Valparaíso, Anápolis.

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