IFG/Câmpus Formosa celebra sua história: da semente à colheita, uma trajetória de transformação educacional e social
Instituição chega à marca simbólica de 15 anos consolidando seu papel como agente de mudança em Formosa e região, com crescimento expressivo em estrutura, projetos, inclusão e impacto na comunidade

Assim como um jovem que completa 15 anos e começa a perceber com mais clareza quem é, de onde veio e para onde quer ir, o Câmpus Formosa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) celebra, no dia 21 de junho, sua primeira década e meia de existência com orgulho do caminho percorrido e com firmeza para os próximos passos.
Inaugurado oficialmente em 29 de novembro de 2010, mas com atividades tendo início bem antes desta data, em junho do mesmo ano, o Câmpus nasceu do sonho de interiorizar a educação pública, gratuita e de qualidade, numa região de forte potencial, mas que ainda carecia de investimentos robustos em ensino técnico e superior. À época, funcionava em instalações provisórias e com uma estrutura ainda em desenvolvimento. “Ter presenciado o nascimento do Câmpus Formosa foi um privilégio para mim. Relembrar o prédio ainda em suas bases, as reuniões em salas improvisadas, mas todos, servidores e alunos, com muita dedicação e persistência, não obstante as dificuldades, me faz olhar para trás com carinho e com uma sensação de dever cumprido. Conseguimos fazer desse prédio, não um lugar de passagem, mas um lugar de transformação e isso vai perdurar por gerações”, relembrou a primeira servidora com matrícula no Câmpus, a técnica administrativa Denisy de Carvalho Gouveia Pinheiro.
.jpeg)
Hoje, com 61 docentes ativos, 46 técnicos administrativos e 656 estudantes regularmente matriculados em 2025/1, sem contar estudantes de programas externos e cursos de formação inicial e continuada, o Câmpus Formosa do IFG é um pilar educacional, científico, social e cultural do município. Desde 2016 no Câmpus, o professor de literatura e artista plástico Lemuel Gandara afirma que “o Câmpus possibilita meios de emancipação e produção cultural à comunidade formosense e àqueles que, de alguma forma, se preocupam com ela”. Lemuel foi responsável pela realização do Salão de Arte Contemporânea de Formosa (SaFor), em 2023, foi um dos coordenadores do documentário em curta-metragem “O que me contam os ipês”, indicado à etapa estadual da 6ª Olimpíada de Língua Portuguesa (OLP), e da revista “Partes de um todo”, frutos de projetos de ensino e pesquisa respectivamente. “Eles demonstram como o ensino, a pesquisa e a extensão no âmbito local podem levar a produção literária e artística da cidade a um público nacional e mesmo internacional, no caso do Salão”, justificou.

A história do Câmpus acompanha, em muitos aspectos, a própria juventude brasileira: cheia de desafios, com a insistente presença de desigualdades, mas também movida pela potência criadora de quem acredita na educação como ferramenta de emancipação. Desde sua fundação, o Câmpus já formou 1.354 estudantes em cursos técnicos, de graduação e pós-graduação. Concluinte de 2017, o egresso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Namuhell Oliveira da Silva, é um dos estudantes que passaram pelo Câmpus. Para ele, o IFG foi o início de tudo, pois, a partir da graduação, ele concluiu mestrado em Minas Gerais e já está finalizando o doutorado em Patologia Molecular na Universidade de Brasília (UnB). “O IFG me abriu caminho para a pesquisa e vida acadêmica. Foi através das aulas no laboratório e vivências no câmpus que eu tive a certeza que eu queria ser cientista”.
Um câmpus para todos

A diversidade de seus alunos – incluindo 31 com necessidades específicas atendidos pelo Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (Napne) apenas no primeiro semestre deste ano – e a realidade socioeconômica enfrentada por boa parte deles (mais de 42% têm renda familiar per capita de até meio salário mínimo) revelam o compromisso institucional com a inclusão e a permanência, alicerçada em programas de assistência estudantil que hoje alcançam 281 alunos de cursos regulares, do ensino médio à graduação. “Nossos alunos contam com o apoio necessário para enfrentar dificuldades educacionais e emocionais, tendo a segurança de que a Instituição está comprometida com a sua formação integral e com a conclusão de mais uma etapa no processo de ensino e aprendizagem”, pontuou a assistente social Paula Rezende.

Para a coordenadora do Napne, professora Gláucia Mendes, “o projeto de implantação do Câmpus Formosa é, em sua essência, um ideal de educação para todas as pessoas. Sempre acolhendo as diversidades e buscando equidade, a inclusão sempre foi meta. Certamente a implantação do Napne a partir do ano de 2018 deu maior visibilidade, suporte e estrutura para melhor atender ao nosso público com necessidades específicas. E continuamos em busca de aprimoramento”.
Conhecimento em várias frentes

Ao longo desses 15 anos, o Câmpus também cresceu em conhecimento e inovação. De acordo com levantamento realizado pela Gepex do Câmpus, desde 2013, foram realizados 483 projetos de pesquisa e iniciação científica, articulando os saberes locais com temas de alcance regional e nacional. Com três grupos de pesquisa consolidados – GEAS, NEPBio-Cerrado e NEP-TECC – o IFG/Câmpus Formosa participa ativamente da produção de conhecimento crítico, voltado especialmente à realidade do Cerrado e da educação pública. “É através do estabelecimento de núcleos de pesquisa que conseguimos captar as demandas locais e transformá-las em conhecimento científico que é propagado regionalmente, nacionalmente e até mesmo internacionalmente, por meio dos eventos científicos e publicações revisadas por outros cientistas. Isto dá notoriedade à cidade de Formosa e traz luz às vivências do seu povo e à preciosidade dos recursos naturais da região”, analisou o líder do Núcleo de Estudo e Pesquisa Biológica do Cerrado (NEPBio-Cerrado), professor Marcos Augusto Schliewe.
Do câmpus para a comunidade
A extensão, outro pilar do IFG, também avançou. Desde 2010, foram 90 projetos de extensão desenvolvidos, sendo 18 somente em 2024, com a participação direta de 40 docentes do Câmpus. As ações envolvem oficinas, eventos, cursos e parcerias com instituições locais, mostrando que a educação produzida no Câmpus não se limita aos muros da escola. “Imagine uma escola diferente, uma escola sem fronteiras, e em permanente diálogo com a sociedade. É essa escola que a extensão no IFG ajuda a construir”, explicou o gerente da Gerência de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão (Gepex) do Câmpus, professor Alécio Mattana.

Os projetos desenvolvidos pela extensão colaboram para a transformação da comunidade local. A exemplo da ação Socioeducação Empreendedora, desenvolvida em 2023 sob a coordenação do professor Diego Rodrigues, que propôs uma série de formações em diferentes áreas a jovens em cumprimento de medidas socioeducativas no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case-Formosa). “Aqui, ciência, arte, saberes, tecnologia, cultura e as mais diversas áreas do conhecimento se integram e, com a participação dos estudantes, técnicos, professores e das comunidades, boas ideias têm tudo para virar ações que estreitam laços e transformam a vida das pessoas”, afirmou Mattana.
Ensino profissionalizante criando oportunidades

Em termos de inserção profissional, o vínculo com o setor produtivo também se consolidou: entre 2021 e 2025, 72 empresas ofertaram estágios aos estudantes, totalizando cerca de 160 empresas parceiras desde 2010. Isso demonstra o reconhecimento crescente da formação técnica e acadêmica oferecida pelo IFG. “O estágio foi o ponto de partida fundamental para a minha inserção no mercado de trabalho. Ele representa o momento de aplicar na prática os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo da graduação e de começar a construir uma reputação profissional, mesmo antes da formação”, destacou o egresso dos cursos Técnico Integrado ao Ensino Médio em Edificações e Bacharelado em Engenharia Civil, Sebastião Geraldo Guimarães Junior.

Em 2022, nasceu o Núcleo Incubador Criar do Câmpus Formosa. O Núcleo possibilita à comunidade acadêmica e externa a incubação de ideias inovadoras que são transformadas em projetos para criar serviços e produtos. Conforme o coordenador do Criar local, professor Diego Rodrigues, “o Núcleo trabalha ideias inovadoras da comunidade, orientando empreendedores com formações adequadas prestadas pela equipe e por parceiros”. Segundo ele, no momento, há três empreendimentos incubados, dois são startups de alunos e um é uma startup da comunidade externa.
O Câmpus não cresceu apenas em números, mas amadureceu em valores, fortalecendo seu papel social na cidade de Formosa e região socioeconômica. Se em 2010 era uma promessa de transformação, hoje é realidade concreta. Como os jovens de 15 anos, está em plena construção de sua identidade adulta – mais consciente de seus desafios, mais preparado para enfrentá-los e, sobretudo, mais comprometido com o coletivo.
Convite
Para comemorar uma trajetória tão marcante, na próxima terça-feira, 24 de junho, professores, estudantes, egressos, técnicos administrativos e servidores terceirizados do Câmpus estão convidados a celebrar juntos o 15º aniversário e cantar os parabéns, a partir das 19 horas.
Música ao vivo com a professora Rosa Barros e com o ledor integrante do Napne, Rafael D’Abadia, e duas mesas-redondas estão previstas para a noite: Mesa 1, “História e memórias: da implantação aos quinze anos do IFG Formosa”, e Mesa 2, “Ensino, pesquisa e extensão: quinze anos de crescimento”, no Bloco Acadêmico.
Com orgulho do passado e confiança no futuro, o IFG/Câmpus Formosa comemora seu aniversário não apenas com celebrações, mas com a certeza de que educar é plantar sementes de mudança. E nesses 15 anos, muitas delas já floresceram.
Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Formosa